A principal fonte de captação superficial de água que abastece a cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, é uma barragem no córrego Guariroba. Para preservar os recursos hídricos da região, em 1995 foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) dos Mananciais do Córrego Guariroba. O trabalho teve como objetivo diagnosticar e quantificar a perda da vegetação nativa da APA e seus impactos na paisagem e reservatório, ocorridos entre os anos de 1984 a 2017, por meio do processamento digital e análise multitemporal de imagens de satélite. Em 1984 a região possuía 50, 27% de cobertura do bioma Cerrado e depois de 10 anos, foi reduzida para 9, 25%, atingindo 18, 23% em 2017. Os resultados indicaram que durante o processo de construção da barragem, ocorreu uma significativa retirada da vegetação nativa, justificando a criação da APA. Esta ação resultou em um aumento da flora nativa, recuperando parcialmente a vegetação do bioma. Os corpos hídricos, representados principalmente pela represa, além de alguns açudes de maior porte, ocupavam, em 1984, 0, 11% da área e após o término da barragem (1987), 0, 32%, atingindo 0, 30% em 2017, indicando uma variação negativa do tamanho da lâmina d’água e perda entre 29, 91%(2004) e 6, 84%(2017) no período estudado, demonstrando uma ameaça à capacidade de armazenamento de água. O modelo de estudo adotado permitiu distinguir as alterações na paisagem da região, sendo um instrumento fundamental para subsidiar ações de preservação e manutenção dos recursos hídricos.