Os animais ruminantes possuem algumas modificações em seu trato digestório decorrentes da evolução, tais modificações surgiram principalmente devido ao tipo de dieta desses animais, que é baseada em alimentos com alto teor de fibra. O estômago dos ruminantes é dividido em quatro compartimentos, sendo estes o rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os três primeiros compartimentos (rúmen, retículo e omaso) abrigam os microrganismos e, portanto, possuem atividade fermentativa. O abomaso assemelha-se o estômago dos não ruminantes, possuindo epitélio revestido por mucosa com glândulas secretoras de ácido, muco e hormônios. A ingestão de forragem auxilia no desenvolvimento do tamanho e volume do rúmen, retículo e omaso, já a ingestão de alimento concentrado desenvolve as estruturas (papilas ruminais) do rúmen. Para que haja uma digestão dos alimentos de forma eficiente através dos microrganismos quês estão presentes no rúmen, as condições deste devem ser: pH ideal entre 5, 5 e 6, 8, substrato constante para fermentação, temperatura ideal entre 38 e 42 C, anaerobiose, potencial redutor e taxa de passagem constante da digesta, além da remoção dos produtos da fermentação (AGCC, CH 4, CO 2, entre outros gases). Além dessas condições, existem funções motoras, de secreção e absorção do trato digestivo dos ruminantes que são reguladas pela interação dos mecanismos de controle do sistema nervoso central e pelo sistema endócrino, de maneira semelhante aos demais órgãos e sistemas do organismo. A complexa participação dos hormônios a garantir a degradação e absorção dos alimentos, dos quais são fundamentais para o desenvolvimento e produção dos animais ruminantes.