Nos últimos anos, assistimos à multiplicação de reportagens, articulações de coletivos, movimentos sociais, falas de autoridades, entre outras esferas, nas quais os patrimônios históricos e culturais passaram a ser pauta frequente. Entre elas, notícias sobre novos reconhecimentos patrimoniais em âmbitos local, nacional e internacional. 2 Há ainda coletivos e movimentos sociais que, via demanda de reconhecimento patrimonial, buscam acesso a direitos, os mais variados, como à cidade, à memória e à propriedade. A título de ilustração, podemos citar o caso das disputas em torno do Cais José Estelita, no Recife, capital do estado de Pernambuco. Entre os vários argumentos que coletivos, associações e militantes apontavam para impedir seu desmonte, que visava à construção de condomínios residenciais de luxo, havia a prerrogativa de que aquela área se colocava como um patrimônio da cidade. 3 Essa linha embasou a solicitação de patrimonialização enviada ao Ministério