Com base na teoria de firmas heterogêneas, uma vasta literatura tem argumentado que a participação no mercado internacional leva a mudanças de desempenho e a ganhos de eficiência ao nível de firmas. Este artigo utiliza microdados ao nível de firmas da indústria de transformação do Brasil (período de 2007-2014), para investigar o impacto de iniciar a exportar sobre a trajetória da produtividade e intensidade dos fatores ao nível de firmas. A estratégia empírica, via Diferenças em Diferenças e técnicas de matching, explora o fato de que as firmas entram em momentos distintos para o mercado externo, gerando uma variação no período e na intensidade da permanência. Os resultados apresentam evidências de efeitos de learning e aproveitamento das vantagens comparativas, de modo que as firmas que iniciam a exportar têm um imediato crescimento da produtividade, cerca de 5%, e uma redução instantânea na intensidade de capital (2.3%), em relação ao período pré-entrada, comparado às firmas não exportadoras do grupo de comparação. A permanência na atividade intensifica os efeitos, de modo que, após quatro períodos, o crescimento (redução) da produtividade (intensidade de capital) é, de aproximadamente, 12%(15%). Dentre as fontes de heterogeneidades investigadas, a magnitude do efeito varia em dimensões como tamanho, intensidade tecnológica e níveis pré-entrada de produtividade e intensidade de capital.