Justificativa e objetivo: Os fungos anemófilos são microrganismos encontrados no ar atmosférico que podem desencadear processos alérgicos e infecções disseminadas em pacientes imunocomprometidos. Nos últimos anos, as infecções fúngicas de origem hospitalar, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), passaram a ser de grande importância, pelo seu aumento gradativo e pelas elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Assim, este estudo teve por objetivo isolar e identificar a microbiota fúngica anemófila em UTI de um hospital de Maceió–Estado de Alagoas.
Material e Métodos
As amostras do ar foram analisadas através da técnica de sedimentação espontânea em placas de Petri contendo Ágar Sabouraud Dextrose (ASD). Para identificação dos fungos, realizou-se classificação específica baseada na associação dos aspectos macroscópicos com as características microscópicas do exame direto da cultura, sendo os fungos filamentosos confirmados pela estimulação da esporulação pela técnica de microcultivo em lâmina utilizando-se Ágar Lactrimel. As leveduras do gênero Candida foram caracterizadas através da inoculação em ágar cromogênico.
Resultados
Na análise quantitativa foi observado o crescimento de 114 Unidades Formadoras de Colônias (UFC), sendo identificados 17 gêneros fúngicos, com destaque para Cladosporium spp.(28, 1%), Aspergillus spp.(17, 5%) e Penicillium spp.(12, 3%). Cladosporium cladosporioides foi a espécie mais frequente (21, 9%), seguida por Aspergillus fumigatus com 10 (8, 8%) e Mycelia sterilia com 9 (7, 9%).
Conclusão
A grande diversidade e a elevada frequência de isolamento de fungos na UTI são fatores preocupantes, uma vez que a condição imunológica dos pacientes hospitalizados pode implicar no acometimento de infecções nosocomiais, demonstrando a necessidade de monitoramento constante desses ambientes.