O Planalto da Bocaina, situado no flanco leste do Rilt Continental do Sudeste do Brasil (Riccomini 1989), guarda registros de tectonismo de diferentes idades e magnitudes: os mais antigos, relacionados à ruptura do Gondwana Ocidental e à abertura do Oceano Atlântico Sul, enquanto que os mais recentes, aos pulsos neotectônicos que desempenharam um importante papel na configuração atual do relevo. A Bocaina, juntamente com o Planalto de Campos do Jordão, compõem os altos blocos de planaltos cristalinos do Brasil de Sudeste (Ab" Sáber 1956) com altitudes superiores a 2000 m, onde estaria preservada a supcrficie dos campos (De Martonne 1943). Para Ab" Sáber (1954, 2 (00), antes de sua fragmentação tectônica, essa superfície estender-s é-ia da área atual dos Campos do Jordão até a Bocaina, com prolongamentos na direção da área atlântica atual e centro-sul de Minas Gerais, constituindo o núcleo principal dos maciços antigos sujeitos a desnudação sub-a érea no
Escudo Brasileiro. Na Bocaina, Ab'Sáb er & Bernardes (1958) identificam nitidamente um resto preservado da superficie dos campos (1700-2000m), enqua nto que a superficie das cristas médias (I000-1 100m) seria representada pelos altos subnivelados da SeITa de Quebra-Cangalha. Segundo Freitas (195 1) e Almeida (1964), a superficie dos campos corresponderia na realidade à deformação e ao soerguimento da superfi-cie das cristas médias (Japi), idéia incorporada em trabalhos posteriores.