O Município de Bonito, Mato Grosso do Sul, tem desenvolvido a atividade de turismo desde o início dos anos 1990, levando à necessidade de infraestrutura física e turística para atender às demandas do fluxo de turistas, bem como à população local. Essas ações influenciam na mudança da paisagem. O referencial teórico suscitou questionamentos sobre a atividade do turismo praticado no Município. Para abranger as diversas variáveis que interferem no destino turístico, esta investigação utilizará uma proposta metodológica fundamentada nos conceitos de Geossistema–Território–Paisagem (GTP). Com a aplicação deste modelo, os aspectos do geossistema, do território e da paisagem são elementos intrínsecos que envolvem a sociedade em sua ampla discussão, visto a necessidade de se compreender o processo social e ambiental na constituição desses elementos. Busca-se analisar de forma multitemporal a dinâmica da mudança da paisagem e suas influências na evolução do turismo em Bonito, Mato Grosso do Sul, o qual teve um rápido desenvolvimento, no estabelecimento de empreendimentos turísticos, nos últimos 30 anos, apresentando diferentes impactos antrópicos que possam comprometer a sua qualidade ambiental. Assim, buscou-se compreender a dinâmica de evolução, no meio rural e urbano do Município, por meio da identificação de aspectos relacionados às mudanças da paisagem. Foram analisados dados elaborados inicialmente em gabinete, na confecção de mapasbase, utilizando o SPRING 5.2. 6 (Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas). Após esta etapa, foi realizado o trabalho de campo, com registros de notas e de fotografias. Os dados levantados foram agrupados e sistematizados por categorias que contêm informações que atendam aos objetivos do Modelo GTP. Dessa forma, os resultados contribuem para avaliar a trajetória do cenário local e realizar reflexões sobre as influências sofridas pela atividade econômica ali estudada, notadamente o turismo. Verificou-se nas imagens grande alteração no uso do solo, havendo decréscimo de vegetação em geral, corpo hídrico e solo exposto, aumento da vegetação de pastagens, área urbana, de atrativos turísticos e de lavouras temporárias. Os resultados demonstraram diferenças entre os anos de 1984 e 2014 na mudança da paisagem. As análises multitemporais contribuíram na compreensão da necessidade do planejamento em relação ao uso e ocupação de determinadas áreas, minimizando impactos decorrentes das ações antrópicas.