O artigo “À beira do Atlântico: migrações, diáspora e identidade no panorama literário contemporâneo” pretende discutir o conceito e as múltiplas construções possíveis de identidade na literatura contemporânea, a partir de experiências de deslocamentos, como os relativos às migrações e à diáspora. Considerando as reflexões sobre as identidades na pós-modernidade de Stuart Hall, em particular as que se encontram nos artigos “Quem precisa da identidade?”(2001) e “Pensando a diáspora: reflexões sobre a terra no exterior”(2008) assim como as tentativas propostas por Paul Gilroy de pensar as culturas da diáspora africana a partir do modelo do “Atlântico Negro”(2001), o artigo seguinte quer propor uma leitura comparada de dois romances contemporâneos, O angolano que comprou Lisboa (por metade do preço)(2014), de Kalaf Epalanga e Alzira está morta (2015), de Goli Guerreiro. Através desta leitura tentarei discutir tanto as dinâmicas de identificação quanto os processos de construção e consolidação de elementos culturais em contextos alheios e muitas vezes hostis.