Este artigo possui como objetivo discutir as representações sociais de gênero atribuídas a mulheres e homens no processo da revolução cubana, entre 1959 e 1980. A superação das desigualdades sociais de gênero foi definida como uma das prioridades do governo revolucionário na construção do projeto político socialista. A partir da análise de fontes oficiais produzidos pelo Estado, debatemos as rupturas e permanências nas representações dos códigos de gênero, evidenciadas pela existência de ambiguidades e contradições existentes entre o discurso e a prática política do governo e suas instituições. As leituras sobre o homem novo, o guerrilheiro revolucionário, a homossexualidade, as funções sociais da maternidade, a moral sexual e a representatividade nos espaços de poder, estiveram entremeadas em representações de códigos hierárquicos já existentes na sociedade cubana desde o contexto anterior à revolução.