Estudar a relação entre a economia e a política tem desafiado muitos pesquisadores ao longo do tempo. Várias teorias e modelos surgiram buscando explicar essa complexa e intrincada relação. A Teoria dos Ciclos Políticos é uma dela, e pressupõe que alguns gestores públicos (policymakers), para maximizar o seu capital político e as chances de se manter no poder por meio da reeleição ou da eleição de candidatos do mesmo grupo político, realizam ingerências nos gastos públicos, na política fiscal, ou na escolha de investimentos com maior visibilidade (dentre outros artifícios) buscando gerenciar a percepção dos eleitores a respeito da sua gestão. Diante disso, o objetivo deste artigo foi verificar se estudos realizados no Brasil tendo como base esta teoria, estão identificando indícios de manipulação eleitoreira condizentes com os ciclos políticos. Para tanto, foram consultados nas bases Scopus, Scielo e Web of Science, publicações sobre o tema, das quais elaborou-se uma análise bibliométrica. Identificou-se que com base na teoria dos ciclos políticos no Brasil foram realizados estudos por 83 autores, e publicados entre 1997 e 2023, em 26 revistas/eventos, e que o período analisado nos estudos é amplo (1953 a 2019), e que as três esferas de governo foram analisadas. Verificou-se que em 94% dos estudos há indícios de manipulação eleitoreira condizente com a Teoria dos Ciclos Políticos, o que demonstra a importância de se ampliar estudos na área, o que pode contribuir para a cidadania fiscal e para alertar eleitores desatentos aos artifícios de manipulação eleitoreira.