As atividades da indústria da construção civil geram impacto ambiental e por isso, a mesma tem buscado equilibrar as demandas desse setor com o desenvolvimento sustentável. Para tanto, a utilização de materiais alternativos pode contribuir não apenas para diminuição da extração de recursos naturais, como também para diminuição de disposição inadequada de resíduo sólido, dando ao mesmo um valor agregado como insumo para outros processos. Neste contexto avaliou-se as propriedades de argamassa autoadensável, produzida com agregado proveniente do beneficiamento de resíduo de serragem de mármore Bege Bahia (RSMBB). Esse tipo de argamassa necessita de um alto teor de finos e uso de aditivos, por isso o uso de RSMBB pode ser uma alternativa promissora em relação às adições minerais e agregados naturais, tradicionalmente utilizados. Desse modo, foram desenvolvidas formulações de argamassas autoadensáveis substituindo parte da areia natural por RSMBB, nos teores de 7, 5%, 10%, 12, 5% e 15%. A primeira parte do programa experimental consistiu-se na caracterização das matérias-primas utilizadas. Em seguida, foram realizados ensaios no estado fresco e no estado endurecido em todas as argamassas produzidas, e por fim, os resultados foram comparados com o traço de referência (sem resíduo) e com as normas vigentes. Os resultados mostraram que o RSMBB é um material de elevada finura, o que pode contribuir para o empacotamento das partículas dos componentes das misturas de argamassas. No estado fresco, o incremento do resíduo à mistura das argamassas diminuiu o diâmetro médio de espalhamento, bem como a trabalhabilidade das mesmas. No estado endurecido, as argamassas com resíduo apresentaram sutil aumento do coeficiente de capilaridade, quando comparadas com o traço de argamassa sem resíduo. Em relação à resistência mecânica, o incremento do resíduo à mistura não influeciou de forma significativa, e todos os traços apresentaram valores de resistêcia mecânica acima dos valores definidos por norma.